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Comunidade saletina no Rio de Janeiro

 

“Bendito seja Jesus, que conosco estará além do altar”

Rio de Janeiro100 anos 2

 

É certo que humanamente falando, muitos irmãos do atual quadro dos religiosos saletinos não estejam vivos quando em 2064 o Santuário de Nossa Senhora da Salette do RJ completará 150 anos e em 2114 o seu segundo centenário...

Portanto, para nós que tivemos a graça de viver e celebrar o 1º centenário deste santuário, é momento de agradecimento e louvor. Mesmo estando em missão em outros estados e países, queremos fazer chegar nossa homenagem a todos vocês: religiosos e leigos deste Santuário.

Com todos os desafios de ser a segunda capital em população do nosso país, o Rio de Janeiro encanta e fascina o mundo. Mesmo conhecedores dos problemas do contexto urbano, não há quem não queira conhecer esta capital, com sua beleza ímpar, moldada pelas mãos do criador.

Existe outra beleza, que também vem das mãos do Criador: é o povo desta cidade, que carrega o seu jeito próprio de ser, confirmado no ditado popular: “sou carioca da gema, carioca da gema do ovo”...

Nesta cidade de tantas histórias e lutas, dos morros e favelas, do samba e da boemia, chegam oficialmente os Missionários Saletinos em 1912, depois de um período de discernimento e debates comunitários. Outros irmãos saletinos já escreveram muito bem os aspectos históricos desta nossa presença. Quero apenas neste momento, demonstrar nosso hino de gratidão a Deus, diante do gesto corajoso do Pe Moussier em adquirir o terreno no bairro do Catumbi e a fundação da Paróquia no dia 14 de abril de 1914.

A ardor missionário dos primeiros saletinos em nosso país, é a demonstração deste “Sopro Divino”, vento impetuoso que desinstala, envia e levou-nos ao bairro do Catumbi.

Quando os saletinos chegaram em São Paulo o bairro de Santana, era a região dos pobres e excluídos. Não foi diferente a realidade encontrada no Bairro do Catumbi. Passando rapidamente pela cidade do Rio de Janeiro dos anos de 1900, com seus oitocentos e onze mil habitantes chegamos ao Rio de Janeiro no contexto atual. Olhando o Catumbi do século 21 percebemos três realidades arquitetônicas bem visíveis: os casarões e pequenos prédios que expressam o Brasil Republicano, os morros com suas escadas e vielas e a “passarela do samba” projeto assinado pelo arquiteto Oscar Niemeyer e inaugurado em 1984.

Antes de chegar ao centenário deste santuário, vejamos alguns aspectos que aconteciam no mundo e nesta cidade e não deixaram deser grandes desafios àquela nova missão.

Quando foi criada a Paróquia, a Igreja Católica iniciava o pontificado de Bento XV, e o mundo enfrentava o início da 1ª Guerra Mundial (1914-1918).

As mulheres procuravam romper com o peso do patriarcalismo. Naquela época foi considerado um grande escândalo nacional a bela e jovem Nair de Tefé (musicista e cartunista), esposa do presidente da república Hermes da Fonseca, no baile do Catete, ao tocar ao violão o maxixe Corta jaca, de Chiquinha Gonzaga. Naquela época o violão era tido como instrumento de vagabundos e o maxixe uma dança um tanto quanto escandalosa, além de ter em sua raiz, as danças e cânticos dos escravos. Louro (Lourival de Carvalho) compõe Moleque vagabundo e lhe põe como genero “samba”.Na literatura Monteiro Lobato lança o artigo A Velha Praga, onde aparece pela primeira vez o personagem “Jeca Tatu”.O Rio de Janeiro é uma referência para o futebol. Em 1914 acontece o primeiro Fla X Flu.É criada depois a Federação Brasileira de Sports (depois CBD e hoje CBF). A nível político, as consequências da 1ª Guerra mundial o levou a aproveitar-se deste quadro para impulsionar a industrialização. No início da gestão de Wenceslau Braz, ocorreu a queda brutal das exportações, principalmente dos produtos agrícolas. O governo federal adotou uma política financeira austera, e foi responsável pela queima de três milhões de saca de café que estavam estocadas para evitar a queda nos preços do produto. Mais uma vez a política de valorização do café foi aplicada como desejavam as oligarquias cafeicultoras.

Voltando-se para a cidade do Rio de Janeiro, capital federal. Acontece nesse período um vigoroso crescimento do setor industrial. As pequenas oficinas e fábricas transformaram-se em grandes indústrias que produziam desde produtos têxteis até equipamentos e maquinários. As oligarquias agrárias, principalmente a poderosa classe dos cafeicultores que comandavam o aparelho de Estado e o Governo Federal, não tiveram condições de impedir ou frear a industrialização.

A expansão do setor industrial levou inevitavelmente ao crescimento da classe operária. Esse crescimento pode ser constatado ao observarmos que em 1880, o país contava com 54 mil operários; em 1920 esse número salta para 200 mil. No decorrer do processo de formação da classe operária no Brasil, surgem também as primeiras organizações trabalhistas e os líderes sindicais que começaram a atuar de forma mais combativa em defesa de reivindicações e interesses dos trabalhadores da indústria.

O surto industrial contribuía para o crescimento das vagas de emprego, mas as condições de trabalho nas fábricas eram absolutamente degradantes. As fábricas empregavam crianças, mulheres e homens que enfrentavam turnos de 14 a 16 horas por dia, não tinham salário mínimo nem remuneração no período de férias, e muito menos indenização por qualquer acidente de trabalho. Em tais condições, as greves começaram a ocorrer.

Nesta época, muitos operários foram presos e alguns líderes grevistas foram mortos. Embora tenham sofrido uma brutal repressão policial, e muitas de suas principais reivindicações não tenham sido atendidas, os movimentos grevistas deste período incentivaram uma maior organização da classe trabalhadora, de modo que nos anos seguintes surgiriam inúmeros sindicatos trabalhistas.

Fazendo a leitura a partir do nosso carisma, podemos dizer: os saletinos naquela época escolheram o lugar certo para nossa presença – o mundo urbano, no início da industrialização. Sem transportar as terminologias da teologia hoje, podemos afirmar que levando em conta ao jeito de ser Igreja daquele tempo, a construção deste santuário era uma resposta pastoral à sociedade industrial que ora se iniciava. Esta presença a cada década foi se confirmando, seja no apoio à Ação Católica Operária ou mesmo na época da Ditadura Militar quando foi alvo da desconfiança dos militares, de ser ali um local onde “escondia comunistas”...

Toda missão acontece de forma contextualizada, numa realidade concreta, marcada por conflitos e contradições – neste contexto nos inserimos neste bairro, com o nosso carisma da reconciliação.

Saíremos desta leitura histórica e chegaremos ao atual formato do Santuário, que começou como espaço para “cinquenta pessoas”. Olharemos o Rio de Janeiro do século 21, diante de uma cidade com seis milhões e trezentos mil habitantes. Este número ainda é maior se tomarmos a região metropolitana. Na rua Catumbi, no bairro que leva este mesmo nome, uma parcela deste povo está em festa para agradecer a Deus os 100 anos da criação do Santuário, desde a construção do pequeno tempo.

O Santuário de Nossa Senhora da Salette no Rio de Janeiro é portador de uma grande beleza: seu estilo gótico, seus vitrais, a harmonia das cores...

Neste ato de louvor, queremos agradecer a Deus algo que vai para além do altar, como diz o poeta Zé Vicente: “Bendito sejam os frutos da terra de Deus. Bendito sejam o trabalho e a nossa união. Bendito seja Jesus, que conosco estará além do altar”.

Nosso louvor será selado na mesa do altar e se prolongará para além do altar...

É momento de expressarmos nossa gratidão ao Povo de Deus. Povo de Fé, povo simples e acolhedor. Por onde  chegamos o povo nos acolhe, nos cerca de cuidados e carinhos!

Desde a pequena Igreja ao formato atual do Santuário, nosso louvor a Deus por todos os trabalhadores que ergueram cada parede, esculpiram as colunas... ergueram aquela torre tão esplendorosa...

Queridos Padres: Marcos Reis, Mário Prigol, Ático Fassini e Washington   – quis o Senhor Deus que neste ano jubilar vocês representassem a todos nós saletinos que há cem anos marcaram presença neste chão. Pelo ministério desta comunidade religiosa, nosso louvor a todos os religiosos (consagrados irmãos e padres) que dedicaram parte de sua vida neste Santuário. Alguns enfrentaram sérios problemas de saúde, muitos chegaram a falecer nesta missão. Este louvor estendemos ao Conselho Geral e Provincial de cada época, que deram seu apoio e acreditaram nesta missão.

Este Santuário Saletino, está no contexto da Arquidiocese do RJ a quem somos chamados a servir. Temos caminhado juntos desde a chegada dos saletinos, na pessoa do Cardeal Joaquim Arcoverde (1908) ao Cardeal Orani Tempesta, com todas as instâncias desta arquidiocese, com quem caminhamos na comunhão e participação.

Aos movimentos populares, a Ação Católica Operária, as rebeliões de ontem e de hoje, que foram nos convocando, como religiosos, ao nosso lugar social e exigindo nossa participação.

Como não lembrar da presença da Vida Religiosa feminina nesta missão... as irmãs que acompanharam os saletinos desde os primeiros contatos com esta arquidiocese às irmãs presentes nos morros. Recordamos a CRB Nacional que há anos teve sua sede nacional no bairro na Cinelândia e pudemos beber desta fonte e também contribuir em diversos serviços desta “nossa” entidade.

Amados irmãos saletinos da comunidade do Rio de Janeiro, a data oficial da comemoração deste jubileu coincidiu com um período com muitas atividades em nossa pastoral; estamos iniciando a Semana Santa. Em cada saletino presente nesta festa recebam nosso abraço de irmão... Que este abraço seja extensivo ao povo tão bom e acolhedor do Catumbi.

Esta semana vamos ter muito presente o texto do Evangelho de São João, de Maria ao pé da cruz (Jo 19, 25-27),este texto da nossa espiritualidade, nos inspire em sermos pessoas firmes e esperançosos, mesmo nos momentos desafiadores.

Historicamente as imagens da Salette são confeccionadas em três momentos: ela sentada chorando (imagem muito apreciada pelo povo); ela falando com os pastores e por fim ela subindo ao céu.

Convenço-me cada vez mais que é o momento pedirmos aos artistas que façam uma imagem de Nossa Senhora da Salette sorridente e feliz, com sorriso de dia de festa...bem alegre e contente. Creio que esta é a imagem que expressa a felicidade de Nossa Senhora neste jubileu.

Pe Marcos, Pe Mário, Pe Ático e Pe Washington, recebam de todo coração um abraço fraterno pela passagem do centenário do Santuário Nossa Senhora da Salette no Rio de Janeiro.

São Paulo, 13 de abril de 2014

Domingo de Ramos

 

Pe Edegard Silva Júnior

Missionário Saletino

 

“Bendito seja Jesus, que conosco estará além do altar”

Querida comunidade saletina no Rio de Janeiro:

É certo que humanamente falando, muitos irmãos do atual quadro dos religiosos saletinos não estejam vivos quando em 2064 o Santuário de Nossa Senhora da Salette do RJ completará 150 anos e em 2114 o seu segundo centenário...

Portanto, para nós que tivemos a graça de viver e celebrar o 1º centenário deste santuário, é momento de agradecimento e louvor. Mesmo estando em missão em outros estados e países, queremos fazer chegar nossa homenagem a todos vocês: religiosos e leigos deste Santuário.

Com todos os desafios de ser a segunda capital em população do nosso país, o Rio de Janeiro encanta e fascina o mundo. Mesmo conhecedores dos problemas do contexto urbano, não há quem não queira conhecer esta capital, com sua beleza ímpar, moldada pelas mãos do criador.

Existe outra beleza, que também vem das mãos do Criador: é o povo desta cidade, que carrega o seu jeito próprio de ser, confirmado no ditado popular: “sou carioca da gema, carioca da gema do ovo”...

Nesta cidade de tantas histórias e lutas, dos morros e favelas, do samba e da boemia, chegam oficialmente os Missionários Saletinos em 1912, depois de um período de discernimento e debates comunitários. Outros irmãos saletinos já escreveram muito bem os aspectos históricos desta nossa presença. Quero apenas neste momento, demonstrar nosso hino de gratidão a Deus, diante do gesto corajoso do Pe Moussier em adquirir o terreno no bairro do Catumbi e a fundação da Paróquia no dia 14 de abril de 1914.

A ardor missionário dos primeiros saletinos em nosso país, é a demonstração deste  “Sopro Divino”,  vento impetuoso que desinstala, envia e  levou-nos ao bairro do Catumbi.

Quando os saletinos chegaram em São Paulo o bairro de Santana,  era a região dos pobres e excluídos. Não foi diferente a realidade encontrada no Bairro do Catumbi. Passando rapidamente pela cidade do Rio de Janeiro dos anos de 1900, com seus oitocentos e onze mil habitantes chegamos ao Rio de Janeiro no contexto atual. Olhando o Catumbi do século 21 percebemos três realidades arquitetônicas bem visíveis: os casarões e pequenos prédios que expressam o Brasil Republicano, os morros com suas escadas e vielas e a “passarela do samba” projeto assinado pelo arquiteto Oscar Niemeyer e inaugurado em 1984.

Antes de chegar ao centenário deste santuário, vejamos alguns aspectos que aconteciam no mundo e nesta cidade e não deixaram deser grandes desafios àquela nova missão.

Quando foi criada a Paróquia, a Igreja Católica iniciava o pontificado de Bento XV, e o mundo enfrentava o início da 1ª Guerra Mundial (1914-1918).

As mulheres procuravam romper com o peso do patriarcalismo. Naquela época foi considerado um grande escândalo nacional a bela e jovem Nair de Tefé (musicista e cartunista), esposa do presidente da república Hermes da Fonseca, no baile do Catete, ao tocar ao violão o maxixe Corta jaca, de Chiquinha Gonzaga. Naquela época o violão era tido como instrumento de vagabundos e o maxixe uma dança um tanto quanto escandalosa, além de ter em sua raiz, as danças e cânticos dos escravos. Louro (Lourival de Carvalho) compõe Moleque vagabundo e lhe põe como genero “samba”.

Na literatura Monteiro Lobato lança o artigo A Velha Praga, onde aparece pela primeira vez o personagem “Jeca Tatu”.

O Rio de Janeiro é uma referência para o futebol. Em 1914 acontece o primeiro Fla X Flu. É criada depois a Federação Brasileira de Sports (depois CBD e hoje CBF).

A nível político, as consequências da 1ª Guerra mundial o levou a aproveitar-se deste quadro para impulsionar a industrialização. No início da gestão de Wenceslau Braz, ocorreu a queda brutal das exportações, principalmente dos produtos agrícolas. O governo federal adotou uma política financeira austera, e foi responsável pela queima de três milhões de saca de café que estavam estocadas para evitar a queda nos preços do produto. Mais uma vez a política de valorização do café foi aplicada como desejavam as oligarquias cafeicultoras.

Voltando-se para a cidade do Rio de Janeiro, capital federal. Acontece nesse período um vigoroso crescimento do setor industrial. As pequenas oficinas e fábricas transformaram-se em grandes indústrias que produziam desde produtos têxteis até equipamentos e maquinários. As oligarquias agrárias, principalmente a poderosa classe dos cafeicultores que comandavam o aparelho de Estado e o Governo Federal, não tiveram condições de impedir ou frear a industrialização.

A expansão do setor industrial levou inevitavelmente ao crescimento da classe operária. Esse crescimento pode ser constatado ao observarmos que em 1880, o país contava com 54 mil operários; em 1920 esse número salta para 200 mil. No decorrer do processo de formação da classe operária no Brasil, surgem também as primeiras organizações trabalhistas e os líderes sindicais que começaram a atuar de forma mais combativa em defesa de reivindicações e interesses dos trabalhadores da indústria.

O surto industrial contribuía para o crescimento das vagas de emprego, mas as condições de trabalho nas fábricas eram absolutamente degradantes. As fábricas empregavam crianças, mulheres e homens que enfrentavam turnos de 14 a 16 horas por dia, não tinham salário mínimo nem remuneração no período de férias, e muito menos indenização por qualquer acidente de trabalho. Em tais condições, as greves começaram a ocorrer.

Nesta época, muitos operários foram presos e alguns líderes grevistas foram mortos. Embora tenham sofrido uma brutal repressão policial, e muitas de suas principais reivindicações não tenham sido atendidas, os movimentos grevistas deste período incentivaram uma maior organização da classe trabalhadora, de modo que nos anos seguintes surgiriam inúmeros sindicatos trabalhistas.

Fazendo a leitura a partir do nosso carisma, podemos dizer: os saletinos naquela época escolheram o lugar certo para nossa presença – o mundo urbano, no início da industrialização. Sem transportar as terminologias da teologia hoje, podemos afirmar que levando em conta ao jeito de ser Igreja daquele tempo, a construção deste santuário era uma resposta pastoral à sociedade industrial que ora se iniciava. Esta presença a cada década foi se confirmando, seja no apoio à Ação Católica Operária ou mesmo na época da Ditadura Militar quando foi alvo da desconfiança dos militares, de ser ali um local onde “escondia comunistas”...

Toda missão acontece de forma contextualizada, numa realidade concreta, marcada por conflitos e contradições –  neste contexto  nos inserimos neste bairro, com o nosso carisma da reconciliação.

Saíremos desta leitura histórica e chegaremos ao atual formato do Santuário, que começou como espaço para “cinquenta pessoas”. Olharemos o Rio de Janeiro do século 21, diante de uma cidade com seis milhões e trezentos mil  habitantes. Este número ainda é maior se tomarmos a região metropolitana. Na rua Catumbi,  no bairro que leva este mesmo nome, uma parcela deste povo está em festa para agradecer a Deus os 100 anos da criação do Santuário, desde a construção do pequeno tempo.

O Santuário de Nossa Senhora da Salette no Rio de Janeiro é portador de uma grande beleza:  seu estilo gótico,  seus vitrais, a harmonia das cores...

Neste ato de louvor, queremos agradecer a Deus algo que vai para além do altar, como diz o poeta Zé Vicente: “Bendito sejam os frutos da terra de Deus. Bendito sejam o trabalho e a nossa união. Bendito seja Jesus, que conosco estará além do altar”.

Nosso louvor será selado na mesa do altar e se prolongará para além do altar...

É momento de expressarmos  nossa gratidão ao Povo de Deus. Povo de Fé, povo simples e acolhedor.  Por onde   chegamos o povo nos acolhe, nos cerca de cuidados e carinhos!

Desde a pequena Igreja ao formato atual do Santuário, nosso louvor a Deus por todos os trabalhadores que ergueram cada parede,  esculpiram as colunas...  ergueram aquela torre tão esplendorosa...

Queridos Padres: Marcos Reis, Mário Prigol, Ático Fassini e Washington   – quis o Senhor Deus que neste ano jubilar vocês representassem a todos nós saletinos que há cem anos marcaram presença neste chão. Pelo ministério desta comunidade religiosa, nosso louvor a todos os religiosos (consagrados irmãos e padres) que dedicaram parte de sua vida neste Santuário. Alguns enfrentaram sérios problemas de saúde, muitos chegaram a falecer nesta missão. Este louvor  estendemos ao Conselho Geral e Provincial de cada época, que deram seu apoio e acreditaram nesta missão.

Este Santuário Saletino, está no contexto da Arquidiocese do RJ a quem somos chamados a servir. Temos caminhado juntos desde a chegada dos saletinos, na pessoa do Cardeal Joaquim Arcoverde (1908) ao Cardeal Orani Tempesta, com todas as instâncias desta arquidiocese, com quem caminhamos na comunhão e participação.

Aos movimentos populares, a Ação Católica Operária, as rebeliões de ontem e de hoje, que foram nos convocando, como religiosos, ao nosso lugar social e exigindo nossa participação.

Como não lembrar da presença da Vida Religiosa feminina nesta missão... as irmãs que acompanharam os saletinos desde os primeiros contatos com esta arquidiocese às irmãs presentes nos morros. Recordamos a  CRB Nacional que há anos teve sua sede nacional no bairro na Cinelândia e pudemos beber desta fonte e também contribuir em diversos serviços desta “nossa” entidade.

Amados irmãos saletinos da comunidade do Rio de Janeiro, a data oficial da comemoração deste jubileu coincidiu com um período com muitas atividades em nossa pastoral; estamos iniciando a Semana Santa. Em cada saletino presente nesta festa recebam nosso abraço de irmão... Que este abraço seja extensivo ao povo tão bom e acolhedor do Catumbi.

Esta semana vamos ter muito presente o texto do Evangelho de São João, de Maria ao pé da cruz (Jo 19, 25-27),este texto da nossa espiritualidade, nos inspire em sermos pessoas firmes e esperançosos, mesmo nos momentos desafiadores.

Historicamente as imagens da Salette são confeccionadas em três momentos: ela sentada chorando (imagem muito apreciada pelo povo); ela falando com os pastores e por fim ela subindo ao céu.

Convenço-me cada vez mais que é o momento pedirmos aos artistas que façam uma imagem de Nossa Senhora da Salette sorridente e feliz, com  sorriso de dia de festa...bem alegre e contente.  Creio que esta é a imagem que expressa a felicidade de Nossa Senhora neste jubileu.

Pe Marcos, Pe Mário, Pe Ático e Pe Washington, recebam de todo coração um abraço fraterno pela passagem do centenário do Santuário Nossa Senhora da Salette no Rio de Janeiro.

São Paulo, 13 de abril de 2014

Domingo de Ramos

Pe Edegard Silva Júnior

Missionário Saletino

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