Carta - Páscoa 2022

“Ressurgiu dos mortos; e eis que vai adiante de vós para a Galileia; ali o vereis” (Mt 28,7)

Caros Confrades,

Um sincero e fraterno desejo de uma Feliz e Santa Páscoa a cada um de vós, onde quer que estejais no mundo, imersos no ministério do anúncio da Boa Nova e cheios da luz que apareceu em 19 de setembro de 1846 na montanha de La Salette. Este caráter identitário de nossa presença na Igreja é definido de forma simples e clara nas nossas Constituições que dizem:

“Incorporados à Igreja por nosso Batismo, participamos de sua missão. Pela profissão dos votos públicos de pobreza, castidade e obediência, nós nos consagramos, por um novo título, a essa missão e nos comprometemos viver numa comunidade religiosa que seja um sinal do Reino de Deus” (RdV, 3).

Páscoa: Palavra e vida

O anúncio da Páscoa da Ressurreição, que é o triunfo da vida sobre a morte, da misericórdia sobre o pecado, do bem sobre o mal, do amor sobre o ódio, é realizado por nós de duas formas concretas, com a pregação e com o testemunho dos religiosos, vida vivida em comunidade. O que proclamaremos em voz alta aos outros terá naturalmente que encontrar uma caixa de ressonância em nosso modo de vida diária. Só assim a nossa palavra pode ser credível e, portanto, facilmente aceita. Verdadeiramente nós, Missionários de La Salette, guiados pelo nosso carisma de reconciliação e encorajados pela mensagem de Maria na Santa Montanha, estamos felizes e orgulhosos de oferecer nossa pequena contribuição pela causa do Evangelho e pela missão que a Igreja é chamada por seu Mestre para realizar ao longo do tempo.

Tempo de guerra

A Páscoa deste ano é marcada pelo derramamento inesperado de tanto sangue inocente e pelo sacrifício de um grande número de vítimas provenientes de uma guerra "fratricida" às portas da Europa. Uma guerra definida pelo Papa Francisco, com coragem e em termos inequívocos "repugnante, desumana e sacrílega"; verdadeiramente incompreensível e difícil de aceitar, sobretudo depois da trágica experiência dos dois eventos das guerras mundiais do século passado, que influenciaram e até mudaram a história do mundo de forma decisiva. Com profunda convicção, convido cada um a fazer suas as grandes preocupações e os motivados temores que habitam o coração do nosso Papa, que pede com insistência e com a força simples da oração, o fim dos combates, silenciando o rugido dos canhões e bloqueando o lançamento de mísseis para fomentar e promover um diálogo razoável e construtivo entre as partes.

Como escrevi em minha carta de 5 de março passado, a guerra que está sendo travada na Ucrânia também está sobrecarregando a vida pessoal e a missão de nossos 11 confrades que trabalham no país. A Congregação está próxima deles com todo o carinho e apoio espiritual e moral devidos nestes momentos de provação, incerteza e medo. Desde o início do conflito, eles decidiram não sair do país para permanecer perto das pessoas sofredoras confiadas aos seus cuidados pastorais. Seu testemunho corajoso nos comove e, ao mesmo tempo, nos orgulha de ter irmãos semelhantes em nossa família religiosa Saletina. Agradeço sinceramente às Províncias e comunidades que responderam com generosidade e espírito fraterno aos pedidos de ajuda destes nossos confrades que trabalham incansavelmente, e sob a ameaça contínua e angustiante de bombas, em favor das pessoas mais fracas e frágeis, em particular das mulheres, das crianças, dos idosos e dos doentes presentes nas paróquias que servem... e não só.

Todos esperamos que esta guerra, que está semeando a morte por toda parte e destruindo os objetivos civis e estratégicos do país, termine o mais rápido possível. O rastro de horrores e ódio que terá produzido deixará para trás divisões profundas e dilacerantes nas famílias e feridas dolorosas no tecido social que não são facilmente curadas. A Ucrânia será um país a ser reconstruído sob todos os pontos de vista: humano, político, identitário e espiritual.

Tanzânia: nova partida

Esta Páscoa da Ressurreição traz também em si um sinal de esperança para a nossa Congregação. De fato, no dia 22 de março de 2022, a bênção e abertura oficial da primeira casa de acolhimento e formação em Bukoba (Tanzânia) foi realizada por Dom Methodius Kilaini, bispo auxiliar da diocese e na minha presença e do Pe. André Zontek, ecônomo geral, bem como da comunidade de Rutete com os três primeiros aspirantes a missionários. Também estiveram presentes alguns religiosos, padres da diocese e alguns administradores públicos do bairro. Esta celebração assume um valor simbólico e relevante para a história da presença Saletina em terras da Tanzânia. Aconteceu seis anos depois que os primeiros missionários das Filipinas e da Índia chegaram ao país. Espero e rezo para que marque o início de um frutuoso caminho vocacional e formativo para tantos jovens que desejam viver em plena liberdade e em comunhão de vida conosco, o convite missionário de Maria dirigido a Maximino e à Melânia em sua aparição em La Salette: "Venham, meus filhos, não tenhas medo… transmitireis isso a todo o meu povo”. O verdadeiro caminho formativo dos jovens aspirantes, 6 ao todo, começará em agosto próximo.

Junto com a Igreja

O caminho sinodal da Igreja começou... E nossa Congregação junto com ela. Estou certo de que cada Província está trabalhando arduamente, fazendo o seu melhor, em nível local e diocesano, para se convencer com o espírito de escuta e comunhão, que emana deste caminho, em vista a construir uma Igreja e uma Congregação "em saída" e a serviço, como nunca, do povo de Deus no mundo de hoje. O Conselho Geral, por sua vez, já enviou o fruto de seu trabalho à União dos Superiores Maiores de Roma que, junto com o das outras Congregações, será apresentado em breve como contribuição à Secretaria Geral do Sínodo. Este compromisso não deve ser vivido apenas de acordo com o momento em que vivemos, mas deve tornar-se gradualmente um modo habitual e estável de ser e agir da Igreja, bem como de cada família religiosa no futuro próximo. É o grande sonho que anima hoje a missão do nosso Papa Francisco e que deve tornar-se também nossa.

"Encontrar-se.… para tornar-se artesãos do diálogo e da comunhão" é o lema que o Conselho Geral propõe à Congregação este ano para não esquecer facilmente o compromisso sinodal ao qual todos somos chamados pelo Papa Francisco. Também foi pensado e desejado como uma ajuda preciosa na primeira etapa de preparação para o próximo Capítulo Geral que acontecerá em abril de 2024.

Os verbos e as palavras que compõem este slogan expressam dinamismo, empenho e pesquisa, partilha e diálogo, passagem do “eu” para o “nós” e uma visão positiva do mundo que nos rodeia como uma realidade a ser evangelizada e servida. Além disso, devidamente elaborados, podem tornar o caminho sinodal mais rápido e mais fecundo.

Conclusão

Em nome do Conselho Geral, desejo estender estas saudações pascais também aos confrades cujo ministério neste momento consiste na oferta quotidiana ao Senhor do peso da idade e da doença, bem como a quantos se encontram em dificuldades vocacionais, sem esquecer os numerosos jovens presentes nas nossas casas de formação e em particular os que se preparam para a Profissão Perpétua. A mesma intensidade de desejo vai também para os queridos Leigos Saletinos de todo o mundo e para suas famílias, bem como para as SNDS que este ano celebram o 150º aniversário de sua presença no santuário de La Salette / França e que compartilham conosco raízes carismáticas e zelo apostólico e missionário.

Alegre e Santa Páscoa da Ressurreição para todos!

Fraternalmente seu,

P. Silvano Marisa MS
Superior Geral

 

“Ha resucitado de entre los muertos, Él va delante de vosotros a Galilea; allí le veréis”

(Mt 28,7)

Queridos cohermanos,

Un sincero y fraternal deseo de una Feliz y Santa Pascua para cada uno de vosotros, dondequiera que estéis en el mundo, sumergidos en el ministerio del anuncio de la Buena Nueva y llenos de la luz que apareció el 19 de septiembre de 1846 en el Monte La Salette. Este carácter identitario de nuestra presencia en la Iglesia está definido de manera sencilla y clara por nuestras Constituciones que dicen:

“Incorporados a la Iglesia por nuestro Bautismo, participamos de su misión. Por la profesión del voto público de pobreza, castidad y obediencia, nos consagramos, con título nuevo a esta misión y nos comprometemos a vivir en una comunidad religiosa que es signo del Reino de Dios” (RdV, 3 ).

Pascua: Palabra y vida

 El anuncio de la Resurrección Pascual, que es el triunfo de la vida sobre la muerte, de la misericordia sobre el pecado, del bien sobre el mal, del amor sobre el odio, lo realizamos nosotros de dos maneras muy concretas: con la predicación y con el testimonio de la vida religiosa vivida en comunidad. Todo aquello que proclamamos en voz alta a los demás naturalmente tendrá que encontrar una caja de resonancia en nuestra vida cotidiana. Solo así nuestra palabra puede ser creíble y por lo tanto fácilmente aceptada. Verdaderamente los Misioneros de La Salette, guiados por el carisma de la reconciliación que nos es propio y animados por el mensaje de María en el Monte Santo, estamos felices y también orgullosos de ofrecer nuestra pequeña contribución a la causa del Evangelio y a la misión de la Iglesia que está llamada por su Maestro a realizar a lo largo de los tiempos.

Tiempo de guerra

La Pascua de este año está marcada por el inesperado derramamiento de tanta sangre inocente y el sacrificio de un gran número de víctimas provenientes de una guerra "fratricida" a las puertas de Europa. Una guerra definida por el Papa Francisco, con valentía y en términos muy claros, "repugnante, inhumana y sacrílega", verdaderamente incomprensible y difícil de aceptar sobre todo después de la trágica experiencia de las dos guerras mundiales del siglo pasado que influyeron e incluso cambiaron la historia del mundo de manera decisiva. Con profunda convicción, invito a todos a hacer propias las grandes preocupaciones y los temores motivados que habitan en el corazón de nuestro Papa que con insistencia y con la simple fuerza de la oración pide el fin de los combates, silenciando el estruendo de los cañones y bloqueando el lanzamiento. de misiles para fomentar y promover un diálogo razonable y constructivo entre ambas partes.

Como escribí en mi carta del pasado 5 de marzo, la guerra que se libra en Ucrania también está poniendo a prueba la vida personal y la misión de nuestros 11 hermanos que trabajan en el país. La Congregación está cerca de ellos con todo el cariño y apoyo espiritual y moral debido en estos momentos de prueba, incertidumbre y temor. Desde el comienzo del conflicto han decidido no salir del país para permanecer cerca del pueblo que sufre confiado a su cuidado pastoral. Su valiente testimonio nos conmueve y al mismo tiempo nos enorgullece de tener hermanos así en nuestra familia. Agradezco sinceramente a las Provincias y comunidades que han respondido con generosidad y espíritu fraterno a las peticiones de ayuda de estos nuestros hermanos que trabajan incansablemente, y bajo la continua y enloquecedora amenaza de las bombas, en favor de los más débiles y frágiles, en particular de las mujeres, los niños, los ancianos y los enfermos presentes en las parroquias a las que sirven... y no solamente.

Todos esperamos que esta guerra, que está sembrando muerte por todas partes y destruyendo objetivos tanto civiles como estratégicos en el país, termine lo antes posible. La estela de horrores y odios dejará tras de sí profundas y lacerantes divisiones en las familias y dolorosas heridas de difícil cicatrización en el tejido social. Ucrania será un país a reconstruir desde todos los puntos de vista: humano, político, identitario y espiritual.

Tanzania: nueva salida

Esta Pascua de Resurrección lleva también dentro de sí un signo de esperanza para nuestra Congregación. De hecho, el 22 de marzo de 2022 tuvo lugar la bendición y apertura oficial de la primera casa de acogida y formación en Bukoba (Tanzania) por parte de Mons. Methodius Kilaini, obispo auxiliar de la diócesis y con mi presencia y la del P. André Zontek, ecónomo general, así como de la comunidad de Rutete con los tres primeros aspirantes a misioneros. También estuvieron presentes algunos religiosos, sacerdotes de la diócesis y algunos administradores públicos del barrio. Esta celebración adquiere un valor simbólico y relevante para la historia de la presencia Salettina en tierras Tanzanas. Tiene lugar seis años después de que llegaran al país los primeros misioneros de Filipinas e India. Me felicito y rezo que esta señal sea el inicio de un fructífero camino vocacional y formativo para muchos jóvenes que desean vivir en plena libertad y en comunión de vida con nosotros la invitación misionera de María dirigida a Maximino y Melania en su aparición a La Salette: “Adelante, hijos míos, no tengáis miedo… dadla a conocer a todo mi pueblo”. El verdadero camino formativo de estos jóvenes aspirantes, 6 en total, comenzará el próximo agosto.

Unidos a la Iglesia

Ha despegado ya el camino sinodal de la Iglesia... Y con ella nuestra Congregación. Estoy seguro de que cada Provincia está trabajando duro, haciendo lo mejor que puede, a nivel local y diocesano, para impregnarse convencidamente del espíritu de escucha y de comunión que emana de este camino, con miras a construir una Iglesia y una Congregación "en salida" y servicio como nunca antes, al pueblo de Dios en el mundo de hoy. El Consejo General, por su parte, ya ha enviado el fruto de su trabajo a la Unión de Superiores Mayores de Roma que, junto con el de las demás Congregaciones, será presentado próximamente como contribución a la Secretaría General del Sínodo. Este compromiso no debe vivirse sólo según el momento actual, sino que debe convertirse gradualmente en un modo habitual y estable de ser y de actuar de la Iglesia y de cada familia cristiana en el futuro próximo. Es el gran sueño que anima hoy la misión de nuestro Papa Francisco y que debe ser también la nuestra.

“Encontrarnos... para convertirnos en artesanos del diálogo y de la comunión” es el lema que el Consejo General propone a la Congregación este año para no olvidar fácilmente el compromiso sinodal al que todos estamos llamados por el Papa Francisco. También fue concebido y pensado como una ayuda preciosa en la primera etapa de preparación para el próximo Capítulo General que tendrá lugar en abril de 2024.

Los verbos y las palabras que componen este lema expresan dinamismo, compromiso y búsqueda, compartir y dialogar, pasar del “yo” al “nosotros” y una mirada positiva sobre el mundo que nos rodea como una realidad a ser evangelizada y servida. Además, debidamente trabajados, pueden hacer más expedito y fecundo el camino sinodal.

Conclusión

En nombre del Consejo general, deseo extender este saludo pascual también a aquellos hermanos cuyo ministerio en este momento consiste en la ofrenda diaria al Señor del peso de la edad y de la enfermedad, así como a los que se encuentran en dificultades vocacionales, sin olvidar a los numerosos jóvenes presentes en nuestras casas de formación y en particular a los que se preparan para la Profesión Perpetua. Con la misma intensidad mi deseo se dirige también a los queridos Laicos de Saletinos esparcidos por todo el mundo y a sus familias, así como también a la SNDS que este año celebra el 150 aniversario de su presencia en el santuario de La Salette / Francia y que comparten con nosotros raíces carismáticas y celo apostólico y misionero.

Feliz Pascua de Resurrección a todos

Fraternalmente vuestro,

P. Silvano Marisa MS

Superior General

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