Carta - Páscoa 2024
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Caminhado em Romaria: a Romaria de “outros romeiros”

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Os seminaristas e a Romaria

A vida do Seminário, desde o começo, foi orientada por um rigoroso e disciplinar programa que buscava, na mentalidade da época, a formação religiosa e sacerdotal de seus candidatos. Entre os acontecimentos que marcavam o ano escolar, destacava-se, como ponto alto, a Romaria ao Santuário de Nossa Senhora da Salette, no último domingo do mês de setembro.

Ao aproximar-se a data da Romaria, os seminaristas voltavam-se, ansiosamente, para o acontecimento, pois, oriundos de famílias simples e de regiões incultas, conheciam apenas os eventos das respectivas comunidades. Para todos nós a Romaria era um acontecimento marcante.

No início do mês de setembro, começavam os preparativos desse evento. Os seminaristas, distribuídos em grupos, esparramavam-se pelos pátios e pelo bosque. Uns encarregavam-se da limpeza do recinto; outros montavam as mesas e barracas para o atendimento aos romeiros; e terceiros assumiam a montagem do altar campal.

Dava-se, porém, uma atenção especial ao programa religioso. A partir do dia primeiro de setembro, após o almoço, os seminaristas dirigiam-se à Capela para a reza das Ladainhas de Nossa Senhora da Salette; antes da janta, participavam da reza do terço; no dia 10, iniciava-se a novena em preparação às Solenidades da Aparição; às vésperas da Romaria, celebrava-se o Tríduo preparatório com Missa e pregação.

Raiava o dia da Romaria. Perfilados, dois a dois, vestidos de batina preta, crucifixo no peito, sobrepeliz e barrete na cabeça, feitos pequenos clérigos, descíamos a montanha, carregando em procissão a imagem de Nossa Senhora da Salette chorando. Às 8 h, iniciava a procissão penitencial rumo ao Santuário. Misturados à multidão, animávamos o canto e a reza do Terço. Chagando ao recinto do Santuário, participávamos da Missa Campal e ficávamos à disposição dos romeiros. São momentos inesquecíveis. Estão guardados na memória...

Pe. Antonio Bortolini, MS. P A Bartolini

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