Polônia - Capítulo
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Carta do Superior Geral
Natal de 2023 Ano Novo 2024 “Anuncio-vos uma grande alegria: hoje nasceu para vós um Salvador, Cristo Senhor” (Lc 2,10-11) Queridos irmãos, Estou verdadeiramente feliz, juntamente com o meu conselho, por trazer mais uma vez a cada um de... Czytaj więcej
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domingo, 29 novembro 2020 16:41

Maria e os sinais dos tempos

Maria e os sinais dos tempos

Dezembro 2020

Maria nos ensina a interpretar o curso da história…

O título desta seção nos permite saborear uma dupla realidade: 

1. profunda continuidade entre os profetas bíblicos e a “Bela Senhora de La Salette” e,

2. forte matriz bíblica apropriada para uma autêntica espiritualidade saletina.

 Não nos surpreende que o falecido cardeal de Milão, Carlo Maria Martini S.J., costumava dizer que entre as maiores aparições marianas, a Aparição de La Salette é a que mais revela traços e características tipicamente bíblicas. Para destacar essa continuidade, gostaria de abordar a Aparição de Nossa Senhora de La Salette através do modelo “profético” desenvolvido pelo filósofo e teólogo judeu Abraham Joshua Heschel. Quando interpretamos a aparição da “Bela Senhora” em La Salette através do trabalho de Joshua A. Heschel, à Mensagem dos Profetas, podemos destacar os seguintes pontos. 

Primeiro: como os Profetas bíblicos, “A Bela Senhora” chama à conversão. As palavras de Maria que abrem a mensagem, bem como suas advertências introduzidas por “Se meu povo não quer submeter-se […]” e “Se se converterem […]”, ressoam, para nós, como um convite para retornar ao Senhor. Conversão na Bíblia não significa apenas deixar de fazer o mal para abraçar o bem, mas também se voltar essencialmente para o Senhor. De acordo com esse significado, a conversão, em vez de ser um ato único, configura-se como um processo gradual de transformação que visa assimilar-nos ao Filho, viver como ele viveu, e fazer nossas as suas escolhas. 

Segundo: as várias referências à situação histórica concreta contida na mensagem acentuam a presença “profética” de Maria em La Salette. Como os Profetas bíblicos, “A Bela Senhora de La Salette” encarna uma espiritualidade profundamente ancorada na história, mas com o olhar voltado para o céu. Contextualizadas na situação histórica, as palavras da “Bela Senhora”, como as palavras dos Profetas Bíblicos, são um apelo sincero que visa mudar, a partir de dentro, a vida de seus destinatários e a história. Uma mudança que é possível através de relacionamentos “justos” entre nós e o Senhor, nós e a criação, e entre nós uns com os outros. Em La Salette, a “Bela Senhora” nos lembra que a ligação entre responsabilidade humana, justiça e história é tão profunda que decide tanto o sucesso quanto o fracasso seja social ou individual. 

Terceiro: como os profetas bíblicos, Maria em La Salette, nos ensina a interpretar o curso da história com os olhos da fé; na história, ensina-nos a intus-legere a voz de Deus; ela nos ensina a discernir o que leva ao Senhor, e o que nos distância e nos afasta Dele. 

Quarto: como os profetas bíblicos, Maria em La Salette, é o porta-voz de um Deus que, como adorava dizer Joshua A. Heschel, está em busca do homem, e de cada um de nós. Em La Salette, Maria desperta em nós a consciência de que Deus é um Deus peregrino, envolvido em um “êxodo divino”, em busca de seus filhos. 

Quinto: como os profetas bíblicos, “a Bela Senhora de La Salette” aparece, não para comunicar verdades abstratas sobre Deus ou nos dar normas religiosas para seguirmos meticulosamente, mas, sim, para nos lembrar, através de suas lágrimas, que o Deus bíblico é um Deus “patético”, rico em pathos, no sentido primitivo da raiz grega do termo que significa ‘emoção’, ‘sentimento’, ‘paixão’, ‘sofrimento’. Deus sofre por nós. O Filho sofreu por nós. E a “Bela Senhora de La Salette” sofre por seus filhos. Essa também é uma nota que caracteriza os profetas bíblicos: de fato, toda profecia bíblica é um grito constante de que Deus não é indiferente ao mal. 

As palavras de Maria em La Salette, como as palavras dos Profetas do Antigo Israel, não preveem futuro. Antes, são palavras que mostram como Deus trabalha em nossa história e qual é o nosso papel e responsabilidade nessa interação divino-humana. 

Toda a criação geme pela reconciliação…

“Se a colheita se estraga, é só por vossa causa”

O Filho de Deus veio ao mundo para ‘restaurar’ a imagem e semelhança do homem com Deus. É para esta criatura a quem o Criador confiou a dominação do mundo, mas com mais precisão “dominar a terra”. No entanto, o homem muitas vezes vai além da responsabilidade que recebeu de seu Criador. E quando ele se comporta além dos limites, atrai infortúnios para si e para o universo. 

A mensagem de Nossa Senhora em La Salette mostra exatamente a discrepância entre a natureza e o homem toda vez que ele não trabalha em harmonia com Deus. A deterioração da colheita é sentida como punição a Deus, porque o homem quer ser suficiente para si mesmo. Sabe-se que um humanismo sem Deus leva a desastres incalculáveis. 

Considerada por São João Paulo II como “o coração das profecias de Maria”, na mensagem de La Salette destaca-se, em primeiro lugar, a denúncia do estado moral deplorável do mundo, incorporado na indiferença religiosa. A situação piorou a ponto de Nossa Senhora ameaçar de deixar cair o braço do seu filho. Sobre a Salette e seus sinais proféticos João Paulo II diz:

“Maria, mãe cheia de amor, mostrou neste local sua tristeza diante do mal moral da humanidade. Através de suas lágrimas, Ela nos ajuda a entender melhor a dolorosa gravidade do pecado, da rejeição de Deus, mas também a fidelidade apaixonada que seu Filho mantém em relação a nós seus irmãos, Ele, o Redentor cujo amor é ferido pelo esquecimento e recusa”.

A mensagem de La Salette é atual neste mundo, que parece repetir cada vez mais os erros que Maria veio para corrigir através da sua mensagem transmitida a Maximino e a Melânia. Submissão a Cristo, penitência e vida plena de oração são os grandes ingredientes que a Bela Senhora nos oferece para nossa conseqüente reconciliação com Deus.

Este caráter profético da aparição em La Salette é evidente nos sinais que Ela mesma carrega, o símbolo da grande mensagem da Virgem de La Salette: a cruz no centro, à esquerda, o martelo, e à direita a torquês. Enquanto o martelo simboliza os pecados da humanidade que pregam Jesus crucificado, a torquês simboliza a oração e a conversão. 

A nossa missão, como embaixadores de Cristo, nos leva a assumir a responsabilidade que Maria confiou aos pastores, a ir a todas as pessoas, ou seja, a lembrar as pessoas o seu dever de se deixarem guiar pelo único mestre, Jesus Cristo. Quando isso acontece, quando os homens aderem ao chamado à conversão, “as pedras e rochedos se transformarão em montões de trigo”. Maria é clara ao despertar em nós a raiz profunda dos males que o mundo sofre e pode sofrer se a conversão, a submissão a Cristo não deriva do homem. Maria nos convida a retornar a Deus por meio de Cristo, cujo reinado busca restaurar a justiça das almas em todos os lugares.

Maria é o sinal da nova aliança…

É muito difícil aceitar as palavras de Maria em sua mensagem: “Se a colheita se estraga, a culpa é vossa”. Mas estas palavras expressam a verdade do fato de que o mal não vem de Deus, mas de suas criaturas. A princípio, Lúcifer e seus seguidores o fizeram, depois - os primeiros homens que foram enganados. Nossa má gestão do mundo leva à corrupção desse mundo. Essa confissão de Maria, não apenas contém uma profecia ou um julgamento sobre a situação atual, mas lembra a cada um de nós de onde vem o mal. Nos diz Aquela que não pode ser acusada de nenhum ato de desobediência à vontade de Deus. Seu “Fiat” estava e está presente em todos os seus pensamentos, em todas as suas palavras e em todas as suas ações, sem nenhuma negligência. 

O primeiro mandamento de Deus dirigido a Adão e Eva: “Se fecundos, multiplicai-vos e enchei a terra, e subjugai-a e dominai-a” (Gn 1,28), nunca foi revogado. Mas, após o pecado original, a situação piorou e essa degradação não cessará até o fim do mundo. Tudo o que dá errado à nossa volta é causado por nós mesmos, motivado pelo engano de Satanás, cuja desobediência a Deus causa as armadilhas e tentações incessantes que nos assaltam. Sinais do tempo são todos os eventos que acontecem na história de cada um de nós. 

Se seguirmos a advertência de Maria, que nos lembra que - parafraseando - a Terra não está completamente subjugada a nós e que algo sempre falha, deixaremos de culpar a Deus e ao mundo por todo o mal que nos acontece. A nossa correta leitura dos sinais dos tempos, devemos confirmar, antes de tudo, mostrando nossa gratidão e bendizendo a Deus pela existência que Ele deu a cada um de nós e pela vocação para a vida eterna no Céu; além disso, devemos ser gratos a Deus pelo fato de que, apesar de nossa desobediência e deslealdade, o Senhor em sua misericórdia nos concede graça e nos ajuda a colocar ordem no meio da confusão que criamos a nós mesmos. Nesse contexto, a encarnação de Jesus Cristo, Filho de Deus, parece ser um remédio necessário e nos ajuda a recuperar a obra humilde e perseverante de trazer o bem a este mundo, que também sofre com os danos. 

Todo o mal que nos atinge é um sinal permanente de que deixamos Satanás nos convencer de que podemos criticar e julgar a Deus, acusando-O de administrar mal o mundo que Ele mesmo criou. Deus nunca reverteu sua decisão de dar a Terra ao homem. A responsabilidade por tudo o que acontece aqui recai somente no homem, em todos os homens e em todas as mulheres. Todo mundo é responsável por isso diante de Deus. 

Portanto, podemos dizer que praticamente existe apenas um sinal permanente, evocado por Maria - o sinal que Ela indica precisamente na colheita estragada. Isso é revelado pela palavra de Deus dirigida a Adão antes de sua expulsão do Éden:

“Ao homem ele disse: “Porque ouviste a voz da tua mulher e comeste da árvore, de cujo fruto te proibi comer, amaldiçoado será o solo por tua causa. Com sofrimento tirarás dele o alimento todos os dias de tua vida. Ele produzirá para ti espinhos e ervas daninhas, e tu comerás das ervas do campo. Comerás o pão com o suor do teu rosto, até voltares ao solo, do qual foste tirado. Porque tu és pó e ao pó hás de voltar” (Gen 3,17-19).

Flavio Gilio MS

Eusébio Kangupe MS

Karol Porczak MS

Published in MISSAO (POR)
domingo, 29 novembro 2020 16:10

Maria e os sinais dos tempos

Maria e os sinais dos tempos

Dezembro 2020

Maria nos ensina a interpretar o curso da história…

O título desta seção nos permite saborear uma dupla realidade: 

1. profunda continuidade entre os profetas bíblicos e a “Bela Senhora de La Salette” e,

2. forte matriz bíblica apropriada para uma autêntica espiritualidade saletina.

 Não nos surpreende que o falecido cardeal de Milão, Carlo Maria Martini S.J., costumava dizer que entre as maiores aparições marianas, a Aparição de La Salette é a que mais revela traços e características tipicamente bíblicas. Para destacar essa continuidade, gostaria de abordar a Aparição de Nossa Senhora de La Salette através do modelo “profético” desenvolvido pelo filósofo e teólogo judeu Abraham Joshua Heschel. Quando interpretamos a aparição da “Bela Senhora” em La Salette através do trabalho de Joshua A. Heschel, à Mensagem dos Profetas, podemos destacar os seguintes pontos. 

Primeiro: como os Profetas bíblicos, “A Bela Senhora” chama à conversão. As palavras de Maria que abrem a mensagem, bem como suas advertências introduzidas por “Se meu povo não quer submeter-se […]” e “Se se converterem […]”, ressoam, para nós, como um convite para retornar ao Senhor. Conversão na Bíblia não significa apenas deixar de fazer o mal para abraçar o bem, mas também se voltar essencialmente para o Senhor. De acordo com esse significado, a conversão, em vez de ser um ato único, configura-se como um processo gradual de transformação que visa assimilar-nos ao Filho, viver como ele viveu, e fazer nossas as suas escolhas. 

Segundo: as várias referências à situação histórica concreta contida na mensagem acentuam a presença “profética” de Maria em La Salette. Como os Profetas bíblicos, “A Bela Senhora de La Salette” encarna uma espiritualidade profundamente ancorada na história, mas com o olhar voltado para o céu. Contextualizadas na situação histórica, as palavras da “Bela Senhora”, como as palavras dos Profetas Bíblicos, são um apelo sincero que visa mudar, a partir de dentro, a vida de seus destinatários e a história. Uma mudança que é possível através de relacionamentos “justos” entre nós e o Senhor, nós e a criação, e entre nós uns com os outros. Em La Salette, a “Bela Senhora” nos lembra que a ligação entre responsabilidade humana, justiça e história é tão profunda que decide tanto o sucesso quanto o fracasso seja social ou individual. 

Terceiro: como os profetas bíblicos, Maria em La Salette, nos ensina a interpretar o curso da história com os olhos da fé; na história, ensina-nos a intus-legere a voz de Deus; ela nos ensina a discernir o que leva ao Senhor, e o que nos distância e nos afasta Dele. 

Quarto: como os profetas bíblicos, Maria em La Salette, é o porta-voz de um Deus que, como adorava dizer Joshua A. Heschel, está em busca do homem, e de cada um de nós. Em La Salette, Maria desperta em nós a consciência de que Deus é um Deus peregrino, envolvido em um “êxodo divino”, em busca de seus filhos. 

Quinto: como os profetas bíblicos, “a Bela Senhora de La Salette” aparece, não para comunicar verdades abstratas sobre Deus ou nos dar normas religiosas para seguirmos meticulosamente, mas, sim, para nos lembrar, através de suas lágrimas, que o Deus bíblico é um Deus “patético”, rico em pathos, no sentido primitivo da raiz grega do termo que significa ‘emoção’, ‘sentimento’, ‘paixão’, ‘sofrimento’. Deus sofre por nós. O Filho sofreu por nós. E a “Bela Senhora de La Salette” sofre por seus filhos. Essa também é uma nota que caracteriza os profetas bíblicos: de fato, toda profecia bíblica é um grito constante de que Deus não é indiferente ao mal. 

As palavras de Maria em La Salette, como as palavras dos Profetas do Antigo Israel, não preveem futuro. Antes, são palavras que mostram como Deus trabalha em nossa história e qual é o nosso papel e responsabilidade nessa interação divino-humana. 

Toda a criação geme pela reconciliação…

“Se a colheita se estraga, é só por vossa causa”

O Filho de Deus veio ao mundo para ‘restaurar’ a imagem e semelhança do homem com Deus. É para esta criatura a quem o Criador confiou a dominação do mundo, mas com mais precisão “dominar a terra”. No entanto, o homem muitas vezes vai além da responsabilidade que recebeu de seu Criador. E quando ele se comporta além dos limites, atrai infortúnios para si e para o universo. 

A mensagem de Nossa Senhora em La Salette mostra exatamente a discrepância entre a natureza e o homem toda vez que ele não trabalha em harmonia com Deus. A deterioração da colheita é sentida como punição a Deus, porque o homem quer ser suficiente para si mesmo. Sabe-se que um humanismo sem Deus leva a desastres incalculáveis. 

Considerada por São João Paulo II como “o coração das profecias de Maria”, na mensagem de La Salette destaca-se, em primeiro lugar, a denúncia do estado moral deplorável do mundo, incorporado na indiferença religiosa. A situação piorou a ponto de Nossa Senhora ameaçar de deixar cair o braço do seu filho. Sobre a Salette e seus sinais proféticos João Paulo II diz:

“Maria, mãe cheia de amor, mostrou neste local sua tristeza diante do mal moral da humanidade. Através de suas lágrimas, Ela nos ajuda a entender melhor a dolorosa gravidade do pecado, da rejeição de Deus, mas também a fidelidade apaixonada que seu Filho mantém em relação a nós seus irmãos, Ele, o Redentor cujo amor é ferido pelo esquecimento e recusa”.

A mensagem de La Salette é atual neste mundo, que parece repetir cada vez mais os erros que Maria veio para corrigir através da sua mensagem transmitida a Maximino e a Melânia. Submissão a Cristo, penitência e vida plena de oração são os grandes ingredientes que a Bela Senhora nos oferece para nossa conseqüente reconciliação com Deus.

Este caráter profético da aparição em La Salette é evidente nos sinais que Ela mesma carrega, o símbolo da grande mensagem da Virgem de La Salette: a cruz no centro, à esquerda, o martelo, e à direita a torquês. Enquanto o martelo simboliza os pecados da humanidade que pregam Jesus crucificado, a torquês simboliza a oração e a conversão. 

A nossa missão, como embaixadores de Cristo, nos leva a assumir a responsabilidade que Maria confiou aos pastores, a ir a todas as pessoas, ou seja, a lembrar as pessoas o seu dever de se deixarem guiar pelo único mestre, Jesus Cristo. Quando isso acontece, quando os homens aderem ao chamado à conversão, “as pedras e rochedos se transformarão em montões de trigo”. Maria é clara ao despertar em nós a raiz profunda dos males que o mundo sofre e pode sofrer se a conversão, a submissão a Cristo não deriva do homem. Maria nos convida a retornar a Deus por meio de Cristo, cujo reinado busca restaurar a justiça das almas em todos os lugares.

Maria é o sinal da nova aliança…

É muito difícil aceitar as palavras de Maria em sua mensagem: “Se a colheita se estraga, a culpa é vossa”. Mas estas palavras expressam a verdade do fato de que o mal não vem de Deus, mas de suas criaturas. A princípio, Lúcifer e seus seguidores o fizeram, depois - os primeiros homens que foram enganados. Nossa má gestão do mundo leva à corrupção desse mundo. Essa confissão de Maria, não apenas contém uma profecia ou um julgamento sobre a situação atual, mas lembra a cada um de nós de onde vem o mal. Nos diz Aquela que não pode ser acusada de nenhum ato de desobediência à vontade de Deus. Seu “Fiat” estava e está presente em todos os seus pensamentos, em todas as suas palavras e em todas as suas ações, sem nenhuma negligência. 

O primeiro mandamento de Deus dirigido a Adão e Eva: “Se fecundos, multiplicai-vos e enchei a terra, e subjugai-a e dominai-a” (Gn 1,28), nunca foi revogado. Mas, após o pecado original, a situação piorou e essa degradação não cessará até o fim do mundo. Tudo o que dá errado à nossa volta é causado por nós mesmos, motivado pelo engano de Satanás, cuja desobediência a Deus causa as armadilhas e tentações incessantes que nos assaltam. Sinais do tempo são todos os eventos que acontecem na história de cada um de nós. 

Se seguirmos a advertência de Maria, que nos lembra que - parafraseando - a Terra não está completamente subjugada a nós e que algo sempre falha, deixaremos de culpar a Deus e ao mundo por todo o mal que nos acontece. A nossa correta leitura dos sinais dos tempos, devemos confirmar, antes de tudo, mostrando nossa gratidão e bendizendo a Deus pela existência que Ele deu a cada um de nós e pela vocação para a vida eterna no Céu; além disso, devemos ser gratos a Deus pelo fato de que, apesar de nossa desobediência e deslealdade, o Senhor em sua misericórdia nos concede graça e nos ajuda a colocar ordem no meio da confusão que criamos a nós mesmos. Nesse contexto, a encarnação de Jesus Cristo, Filho de Deus, parece ser um remédio necessário e nos ajuda a recuperar a obra humilde e perseverante de trazer o bem a este mundo, que também sofre com os danos. 

Todo o mal que nos atinge é um sinal permanente de que deixamos Satanás nos convencer de que podemos criticar e julgar a Deus, acusando-O de administrar mal o mundo que Ele mesmo criou. Deus nunca reverteu sua decisão de dar a Terra ao homem. A responsabilidade por tudo o que acontece aqui recai somente no homem, em todos os homens e em todas as mulheres. Todo mundo é responsável por isso diante de Deus. 

Portanto, podemos dizer que praticamente existe apenas um sinal permanente, evocado por Maria - o sinal que Ela indica precisamente na colheita estragada. Isso é revelado pela palavra de Deus dirigida a Adão antes de sua expulsão do Éden:

“Ao homem ele disse: “Porque ouviste a voz da tua mulher e comeste da árvore, de cujo fruto te proibi comer, amaldiçoado será o solo por tua causa. Com sofrimento tirarás dele o alimento todos os dias de tua vida. Ele produzirá para ti espinhos e ervas daninhas, e tu comerás das ervas do campo. Comerás o pão com o suor do teu rosto, até voltares ao solo, do qual foste tirado. Porque tu és pó e ao pó hás de voltar” (Gen 3,17-19).

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¿Quién? ¿Yo?

(4to Domingo de Adviento: 2 Samuel 7:1-16; Romanos 16:25-27; Lucas 1:26-38)

Cuando vieron por primera vez un globo de luz en el lugar donde habían comido su almuerzo de pan y queso, Maximino le dijo a Melania que agarrara bien su bastón, en caso de peligro. Estaban aterrorizados. 

La Bella Señora comprendió el miedo de los niños. Ella, también, se “quedó desconcertada” con el saludo del ángel. Así hizo con los niños lo que el Ángel había hecho por ella, diciéndoles: “No tengan miedo” y explicándoles el propósito de su venida.

¿Alguna vez fantaseaste sobre cómo reaccionarias tú mismo si te encontraras en una situación similar? Pudieras pensar, ¿Qué? ¿Quién? ¿Yo? ¡Esto no es posible!

Pero miremos a los patriarcas, a los profetas y a los apóstoles. Algunos se sintieron indignos de su llamado, o no preparados, y hasta temerosos; pero ninguno de ellos dudó de la autenticidad de dicho llamado. Aunque algunos tambalearon al caminar, todos menos uno, permanecieron fieles. 

Miremos al Rey David. En nuestra primera lectura, como en muchos otros lugares, Dios lo llama “mi servidor David”, como sabemos, él tenía serios defectos y había cometido pecados graves. Ser absolutamente perfecto claramente no es una condición previa para servir al Señor.

El Salmo de hoy describe la promesa de Dios a David como sigue: “Yo sellé una alianza con mi elegido, hice este juramento a David, mi servidor: Estableceré tu descendencia para siempre, mantendré tu trono por todas las generaciones”. El ángel en el Evangelio declara que aquellas palabras se cumplen en Jesús: “Su reino no tendrá fin”.

Parafraseando la oración inicial de hoy, reconocemos que Dios ha derramado la gracia de la reconciliación en los corazones de aquellos que han respondido a la invitación de Nuestra Señora de La Salette de “acercarse”. Ella nos invita a tener corazones que pertenezcan íntegramente al Señor, como dicen las Escrituras acerca de David (1 Reyes 11:4) esa es nuestra parte en la relación del pacto. 

Entonces estaremos listos para emprender la obra de Dios, confiada a nosotros, aun conociendo él nuestras faltas más que nosotros mismos.

María nos ha dado el ejemplo. Su sí al ángel cambió el mundo. Nosotros podemos decirle sí, procediendo según sus palabras y esperando hacer la diferencia. ¿Quién? ¡Tú!

Traducción: Hno. Moisés Rueda, M.S.

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¡Estén siempre alegres!

(3er Domingo de Adviento: Isaías 61:1-11; 1 Tesalonicenses 5:16-24; Juan 1:6-28)

Todos conocemos personas que no son siempre contentas. Algunas simplemente expresan una disposición sombría; otros temen lo que está por venir, o tal vez están atravesando el duelo por una pérdida, reciente o antigua. En estos o en otros casos similares, se hace difícil escuchar la exhortación de San Pablo: “Estén siempre alegres”.

La Madre que llora de La Salette se lamenta por el sufrimiento y la vulnerabilidad de su pueblo, y hasta se queja por tener que rezar por nosotros sin cesar. Su Aparición podría considerarse como un evento desafortunado si no fuera por una sola cosa: “vengo a contarles una gran noticia”. Estas palabras son similares a las de Isaías.“El Señor me envió a llevar la buena noticia a los pobres”.

María se apareció en la hendidura de una peña, pero después de hablar con los niños subió a un lugar más alto y luego se elevó más allá del alcance de ellos antes de perderse de vista. Fue un movimiento desde el dolor hacia la gloria. 

La Salette es un lugar de alegría. Esto es cierto no solamente para la montaña donde la Bella Señora puso sus pies sino también para cada uno de los santuarios de La Salette. Muchos llegan cargando sus penas, sí; pero la mayoría se va con un espíritu que, como el de María, “se estremece de gozo en Dios, mi Salvador”, y haciéndose eco de Isaías: “Yo desbordo de alegría en el Señor, mi alma se regocija en mi Dios”.

Se trata con frecuencia de una alegría interior, una paz serena, lo cual no equivale a jovialidad. Puede ser que los miedos no se vayan o las lágrimas no se detengan o no haya un cambio de personalidad. Este sentir no siempre puede describirse con palabras, pero tampoco se puede negar.

Juan el Bautista es presentado en el Evangelio de hoy con estas palabras: “Apareció un hombre enviado por Dios, que se llamaba Juan. Vino como testigo, para dar testimonio de la luz, para que todos creyeran por medio de él”.

He aquí un desafío para ti. Cambia el texto a, “Una persona llamada [tu nombre] fue enviada por Dios, para dar testimonio de la luz”. ¿Es éste un pensamiento feliz?

Tenemos razones para creer que el Bautista fue feliz en su ministerio, porque en Juan 3:29, cuando supo que todos estaban yendo a Jesús, respondió: “mi gozo es ahora perfecto”.

El versículo justo antes del Evangelio de hoy dice: “La luz en las tinieblas resplandece, y las tinieblas no prevalecieron contra ella”. Esto debería también ser la verdad de nuestra alegría. Que nada pueda nunca prevalecer contra ella.

Traducción: Hno. Moisés Rueda, M.S.

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Justicia Reconfortante

(2do Domingo de Adviento: Isaías 40:1-11; 2 Pedro 3:8-14; Marcos 1:1-8)

Hace unos cuatro meses, tuvimos el mismo Salmo Responsorial (85) de hoy, y comentamos las mismas palabras “La Justicia y la Paz se abrazarán”, como opuestos. En el contexto de las lecturas de hoy, sin embargo, la perspectiva es diferente.

En las lenguas modernas, la justicia es un término legal. En las noticias, escuchamos de personas o grupos “exigiendo” justicia. Pero en la Biblia, tiene un sentido primordialmente teológico. “Como la paz, es un don de Dios para su pueblo fiel.

Isaías se expresa con unas maravillosas y reconfortantes palabras, prediciendo el fin del exilio, que se dio como un castigo de Dios por las iniquidades de su pueblo. San Pedro nos recuerda las promesas de Dios acerca de “un cielo nuevo y una tierra nueva donde habitará la justicia”. Algunas traducciones ponen “rectitud”. Sea como fuere, se trata del estado de aquellos que son lo que se supone deben ser.

En este sentido, Juan el Bautista fue justo, porque fue fiel a su vocación. María, también, fue justa cuando, en la anunciación, reconoció y acepto su papel como la servidora del Señor. Ambos, en su humilde servicio, eran como deberían ser.

Cuando consideramos el Mensaje de María en La Salette, tendemos a asociar la justicia con “el brazo de mi Hijo”, pero cuando admitimos nuestra inclinación por el pecado y nos sometemos humildemente tal cual ella nos pide, nos disponemos a escuchar sus palabras tiernas y reconfortantes.

Con frecuencia prestamos mucha atención al crucifijo que María lleva sobre su pecho. Hoy no es una excepción. Vean como refleja las palabras de Isaías como si estas estuvieran dirigidas a la Bella Señora: “¡Súbete a una montaña elevada, levanta con fuerza tu voz, levántala sin temor, di: ¡Aquí está tu Dios!

De tal modo escribe San Pedro, “El Señor no tarda en cumplir lo que ha prometido, sino que tiene paciencia con ustedes porque no quiere que nadie perezca, sino que todos se conviertan”.

Palabras reconfortantes ciertamente. Lo que añade un poco más tarde es más desafiante: “¡qué santa y piadosa debe ser la conducta de ustedes!”

Cuan rebosante acto de vida pudiera ser si, indignos como somos, fuéramos siempre capaces de reconfortar, hablar con ternura, y proclamar el perdón de los pecados, con amor, verdad, justicia y paz. Esta es una forma más de hacer conocer el mensaje de la Salette.

Traducción: Hno. Moisés Rueda, M.S.

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Los Favores de Dios Renovados

(1er Domingo de Adviento: Isaías 63:16—64:7; 1 Cor 1:3-9; Marcos 13:33-37)

A los profetas les agrada hacerle recordar a Dios cosas que él ya sabe. La primera lectura de hoy comienza justo con una declaración en ese estilo: “Tú, Señor, eres nuestro padre; ¡nuestro Redentor es tu Nombre desde siempre!” Isaías continúa recordando los antiguos “portentos inesperados” de Dios en favor de su pueblo. 

Lo que realmente está diciendo es: “¡Señor, lo has hecho antes, hazlo de nuevo!”

En lugar de obligar a Israel a volver a él, Dios había permitido que su pueblo anduviera por su cuenta y sufriera las consecuencias. Fue en medio de tales circunstancias que María vino a La Salette.

Isaías añade, “¡Tú vas al encuentro de los que practican la justicia y se acuerdan de tus caminos!”. Él sabe que aquello no describe la actitud ni el comportamiento de su pueblo; por eso agrega: “No hay nadie que invoque tu nombre”.

La Bella Señora nos dice que ella ruega constantemente a su Hijo por nosotros. Parte de esa oración consiste seguramente en hacerle recordar lo que él ha hecho por nosotros. Luego, hablando a los dos niños, ella reconoce la infidelidad de su pueblo, y el crucifijo que lleva sirve como un recordatorio de la redención alcanzada por su Hijo, la fuente de nuestra esperanza. 

En la Oración Inicial de la Misa de hoy, le pedimos a Dios y le “rogamos que la práctica de las buenas obras nos permita salir al encuentro de tu Hijo que viene hacia nosotros”. Debemos entender correctamente esto. No es que esperamos ganar la salvación por medio de nuestras obras. Más bien, a aquel que ya nos ha salvado deseamos ofrecerle lo que él mismo nos dice que será de su agrado.

Puede que hayas tenido un momento determinante en tu vida en el que has abrazado la fe de un modo verdaderamente personal. Tu vida cambió en cierto modo, y resolviste vivir tu vida cristiana lo más plenamente posible.

El Adviento es el tiempo perfecto para pedir a Dios que renueve sus favores, como en la respuesta al Salmo de hoy: “Restáuranos, Señor del universo, que brille tu rostro y seremos salvados”.

En nuestros corazones podríamos oír la respuesta: “Y tú, vuelve a mí; déjame ver tu rostro y te salvarás”. Talvez nos haga recordar de nuestra antigua devoción y nos diga, “¡Lo hiciste una vez; hazlo de nuevo!”

Traducción: Hno. Moisés Rueda, M.S.

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terça-feira, 03 novembro 2020 17:16

La Salette: do medo à confiança

La Salette: do medo à confiança

Novembro 2020

Não tenham medo…

Nada sobre o êxodo humano é excluído da Bíblia. Incluindo questões de medo e de confiança. Medo e confiança: palavras-chave que determinam a diferença entre o simplesmente “existir” e “viver plenamente”. A Bíblia parece estar ciente disso, que registra mais de 365 pedidos em relação ao convite para não temer.

As Escrituras Sagradas reconhecem dois tipos de temor. Um fortalece, e é o que a Bíblia chama de “Temor de Adonai”, o princípio da sabedoria (cf. Pv 1,7). O segundo é um espírito de medo, que consome, agarra, paralisa e enfraquece. Todos nós já experimentamos isso, pelo menos uma vez. Podemos fazer escolhas erradas porque são basadas no medo; ou preferimos, intencionalmente, não escolher porque bloqueados pelo medo do desconhecido, da incerteza, do fracasso, do que os outros podem pensar de nós, etc…  Sim, esse tipo de medo é paralisante. E a maioria de nós deseja “não temer” para poder realmente viver e não apenas existir, ser livre para amar e ser amado(a) (cf. 1Jo 4,18).

Na vida do crente, o medo e a confiança coexistem. O que é relevante é a pergunta: a que coisa damos mais atenção? O que inspira e guia o nosso viver? Medo ou confiança? É interessante notar, a esse respeito, que mesmo nossos Pais e Mães na fé experimentaram tanto medo quanto desconfiança, apesar de terem sido escolhidos por Deus e dispostos a seguir a voz do Eterno. Veja, por exemplo, as figuras de Abraão, de Isaac, de Jacó, do grande legislador Moisés, do rei bíblico por excelência, Davi (Sl 56,10-11), de Sara, de Rute, de Raquel, de Miriam, irmã de Moisés, de Pedro, ou dos doze apóstolos…

Até José (Mt 1,20) e Maria de Nazaré experimentaram o sentimento de temor. Imediatamente após as palavras do anjo Gabriel, o evangelista Lucas relata que Maria “turbou-se muito com aquelas palavras, e considerava que saudação seria esta” (Lc 1,29). Sim: por um lado, os principais protagonistas da História da Salvação são tomados pelo temor, mas, por outro lado, sabem confiar nas Palavras do Eterno.

Algo semelhante pode ser dito de Maximino e de Melânia em La Salette. Quando Melânia vê repentinamente um globo de luz ali onde seus sacos haviam sidos depositados anteriormente, ela chama Maximino, agitada e curiosa. Ambos são tomados de medo: Melânia deixa cair o bastão e Maximino tenta recuperá-lo, caso seja necessário se defender dessa luz misteriosa. O medo deixa espaço para a confiança quando, depois de ver dentro do globo de luz a figura de uma “Bela Senhora”, sentada com os cotovelos apoiados nos joelhos, o rosto escondido entre as mãos e soluçando, eles ouvem as seguintes palavras: “Vinde meus filhos, não tenham medo, estou aqui para anunciar uma grande mensagem”.

A dinâmica inicial deste encontro segue a dinâmica dos inúmeros encontros com o Eterno registrados pela Bíblia. Frequentemente, são encontros que inicialmente geram medo/temor em quem os experimenta. Mas, com o temor inicial, há sempre uma palavra divina, capaz de incutir confiança e abrir horizontes inesperados. Jesus de Nazaré, por exemplo, cura o medo de Pedro não apenas encorajando-o a “não ter medo”, mas também dando-lhe uma missão: “Não temas; de agora em diante serás pescador de homens” (Lc 5,10). Da mesma forma, em La Salette, a “Bela Senhora” não apenas convida as duas crianças a “não temer” e aproximar-se dela para experimentar um encontro, mas, uma vez libertados do medo inicial e conquistando-os a confiança, lhes daria uma missão.

Tanto o Filho como a Mãe, exatamente como o Deus de Abraão, de Isaac, de Jacó e de Jesus de Nazaré, não exigem de nós uma fé desprovida de medos. O Deus de nossos Pais na fé, o seu Filho e a “Bela Senhora de La Salette” têm fé em nós, antes de crermos Neles. Eles acreditam em nós, com nossos medos e com nossas habilidades. Eles confiam em nós. Eles querem fazer uma aliança conosco. E quando tomamos consciência disso, somos curados de nossos medos, porque começamos a confiar no Espírito que está em nós (cf. Mt 10,19-20). Nós somos transformados. E a confiança no Espírito e a transformação se abrem para horizontes surpreendentes, porque nos permitem abrir-nos à voz do Eterno que nos dá uma missão.

A confiança - uma expressão de amor e de fé…

“Vinde, meus filhos, não tenhais medo, aqui 

estou para vos contar uma grande novidade”

O evento La Salette começa com esse apelo veemente a dois pastorinhos. A Sagrada Escritura está cheia destas duas palavras (medo e confiança) na densidade de seu conteúdo. Poderíamos dizer que é um livro que nos convida a ver em Deus aquele amigo que encontra prazer em caminhar com o homem nas mais variadas situações de sua vida.

Maria em La Salette faz uso das palavras com as quais Deus se dirigiu ao povo ou individualmente aos profetas: “Não tenhais medo… não tenha medo”. “Não tenhas medo, porque eu estou contigo; não lance olhares desesperados porque eu sou teu Deus” (Is 41,10); Jesus disse no Novo Testamento: “Não temais, pois! Bem mais que os pássaros valeis vós” (Mt 10,31).

Portanto, o segredo para vencer o medo é a total e completa confiança em Deus. Os dois pastorinhos temeram internamente para dar um passo à frente e se colocarem à disposição da Senhora que lhes trouxe uma bela mensagem.

Quando o medo nos ataca, perdemos toda a confiança e segurança que temos. O medo nos deixa desesperados, e onde há desespero, Deus não está presente! Porque o desespero distancia a presença de Deus, o desespero é uma falta de confiança no Senhor, o desespero é uma falta de fé.

O medo que nos domina tira nossa fé e nossa confiança no único Deus verdadeiro; o medo nos deixa fracos e doentes. Assim como ontem com seus discípulos, Jesus olha para nós e assume suas eternas palavras através de sua mãe: “Coragem, sou eu! Não tenha medo!” Por trás da voz de Nossa Senhora está a eterna Palavra de Deus, porque Maria nos lembra o nosso dever de fazer o que seu filho nos recomenda.

A constante “não tenha medo” chama a nossa atenção para o nosso compromisso de depositar nossa confiança e fé no Senhor, como escreve o salmista: “Em Deus ponho a minha confiança, e não terei medo; que me pode fazer o homem?” (Sl 56,12). 

Superado pelo “potente” Covid19, o medo se tornou a palavra de ordem no mundo de hoje. É neste momento que as palavras de Maria em La Salette nos convidam a confiar, a “não ter medo”, porque o Senhor continua a guiar os destinos deste mundo. Embaixadora do projeto salvífico de Deus, a Mãe de Deus compartilha conosco a experiência de confiança em Deus que lhe foi transmitida pelo anjo no momento da Anunciação.

Maria modelo de confiança…

Maria conhece bem o sentimento do medo. Quando o Arcanjo Gabriel apareceu para Ela, Ela ficou aterrorizada. O Mensageiro Divino a acalmou com a invocação: “Não tenha medo!”. Somente depois o diálogo do representante do Céu segue com a representante mais digna da humanidade no evento mais importante do mundo, isto é, na Encarnação do Filho de Deus.

Em La Salette, os papéis são invertidos: agora é Maria, a divina mensageira, que fala com os representantes mais simples da raça humana - com as crianças que se assustam por terem experimentado algo extraordinário. A Bela Senhora compreende perfeitamente o medo de Maximino e de Melânia, embora eles, vendo uma mulher chorando, em sua aparência exterior semelhante a outras mulheres daquela região, se sentem tão calmos que não fogem aterrorizados.

No comportamento de Maria se revela o respeito pela sensibilidade humana em relação às coisas sobrenaturais que requerem ajuda especial para se acostumar com elas. Uma vez, antes de cairmos na condição de pecado e de morte, essa era nossa característica natural. Adão e Eva, e somente eles entre toda a raça humana, viviam em uma confiança natural e amigável com Deus, até comerem o fruto proibido pela árvore do conhecimento do bem e do mal. Primeiro eles, e depois todos nós, perdemos aquele maravilhoso estado de amizade com Deus, livre de todo medo, até a primeira vinda do Salvador ao mundo. Somente em Jesus Cristo somos capazes de ficar frente a frente diante de Deus, mesmo que oculto por trás da figura do Filho de Maria e de José de Nazaré, e depois de Sua Ascensão ao Céu sob as espécies de Pão e Vinho, e não morremos de medo. Mas, isso acontece apenas porque nos sustenta a graça do Salvador, merecida na cruz e selada pela ressurreição. Nele não há nenhum medo de morte, não há terror diante da Divina Majestade, mas há um grande Temor, baseado na convicção de que Deus nos ama, independentemente de quem somos e de quanto possuímos.

Maria foi a primeira, juntamente com São José, a ver o Deus encarnado, ele se acostumou à sua quotidianidade terrena e contemplou a Divina Majestade, oculta por trás da aparência da natureza humana de seu Filho Jesus. É nesta perspectiva que Ela fala às crianças na Salette: «Vinde meus filhos, não tenham medo!». Ela diz isso, porque na fé na comunhão dos santos, estamos todos unidos: uns deste lado, na Terra, ainda em peregrinação ao céu, outros agora, além, no céu, aguardando a ressurreição do corpo.

Vamos confiar em Deus, esperando, através da intercessão de Maria de La Salette, que Ele nos conceda a graça de poder receber o amor de Deus com verdadeiro Temor, baseado não no medo, mas no louvor a Deus, por sua grande misericórdia para conosco.

Flavio Gilio, MS

Eusébio Kangupe, MS

Karol Porczak, MS

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Las Obras de Misericordia

(Cristo Rey: Ezequiel 34:11-17; 1 Corintios 14:20-28; Mateo 25:31-46)

Ya hace tres semanas que los Evangelios han ido resaltando instancias de juicio, usando diferentes estándares en cada caso. Hace dos semanas se trataba de estar preparados para el retorno de Cristo; la semana pasada se hablaba de ser creativos en el servicio del Señor; para hoy tenemos las obras de misericordia. 

Un rey en su trono está al tope de la jerarquía social. Cristo es nuestro rey, sin embargo, se identifica a si mismo con los más pequeños. Aquellos que están al margen de la sociedad. Estar a su servicio incluye acercarse a ellos.

La Iglesia enseña que, además de dar de comer al hambriento, debemos trabajar para eliminar las causas subyacentes del hambre. Este principio se aplica a cada obra de misericordia que podamos imaginar, ya sean las “corporales” o las “espirituales”. Esto muchas veces requiere del coraje de decir cosas inconvenientes.

María en La Salette, sin olvidar que ella es una humilde servidora, se identifica con los más pequeños, al elegir a sus testigos. Ella ofreció un remedio para la causa del sufrimiento físico de su pueblo. Diciendo la verdad acerca de la falta de fe y de reverencia por su Hijo, Cristo Rey.

La meta de la reconciliación es restaurar la paz; es un pensamiento atrayente y reconfortante. La obra de la reconciliación, por otro lado, como es ejemplificado por la Bella Señora, no es fácil. Requiere de una firme suavidad. Puede ser un desafío.

En el rito del bautismo, la unción con el santo crisma nos une simbólicamente con Cristo como Sacerdote, Profeta y Rey. Esto quiere decir que compartimos su rol de guiar, liderar y proteger a su rebaño, cuidar a su pueblo. La manera en que lo hacemos depende de muchos factores que incluyen nuestra personalidad, nuestros talentos, y nuestros valores más profundos.

Al menos, la mayoría de nosotros puede tratar de guiar con el ejemplo – diciendo la verdad y actuando correctamente, de tal modo que otros se sientan atraídos a hacer lo mismo.

Al mismo tiempo, el centro de atención no está en nosotros. Cualquiera sea la forma que puedan tomar nuestras obras de misericordia, nunca son una puesta en escena. Jesús está al centro, y al principio, y al final. Si podemos servir como canales de su verdad y de su amor, no necesitamos temer el juicio venidero.

Traducción: Hno. Moisés Rueda, M.S.

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